Baabdat Family Trees - ?Quem somos - Nosso perfil

Toufic Antoun Mansour Labaki nasceu em Baabdat, no distrito de Maten (Líbano) em 1938. É casado com Saada Menhem Touma Charabati e tem três filhos: Rita, Ramez e Carmen. É conhecido por seu envolvimento ativo na questão da Diáspora, por suas atividades na área de construção, por ações sócio-humanitárias, assim como por muitos outros trabalhos. Toufic também tem em mente a execução de outros projetos que tragam benefícios e vantagens a toda a comunidade de sua cidade.

Seu envolvimento na questão da Diáspora

Em 2 de março de 1959 Toufic viajou para o Brasil aos 21 anos de idade, com o intuito de visitar seu tio Hanna Mansour Labaki na cidade de São Paulo. Essa visita acabou sendo o ponto crucial na vida de Toufic, devido às dificuldades em sua viagem marítima que durou um mês, despertando nele um sentimento de compaixão pelo emigrante libanês como um todo, e mais particularmente pelo emigrante de Baabdat. A idéia de reunir a grande família baabdatense, fossem eles residentes ou emigrantes, nasceu dessa experiência.

Após essa visita transformadora em sua vida, Toufic viajou muitas outras vezes para vários países da América do Sul e Central, além dos Estados Unidos e Canadá. Durante essas visitas ele estabeleceu vínculos fortes com a maioria dos imigrantes de origem baabdatense. Ele os visitou, ouviu suas preocupações, dedicou sua atenção a suas histórias e compartilhou suas nostalgias e seus anseios por sua amada cidade natal. E foi assim que ele desenvolveu a idéia de escrever um livro científico e documentado sobre esses imigrantes baabdatenses, incluindo os nomes, informações sobre suas profissões, os países para o qual emigraram e endereços, juntamente com testemunhos vivos relevantes. Além disso, Toufic passou anos, décadas entrevistando muitos dos imigrantes, tirando fotos com eles, o que o ajudou a acrescentar novos nomes a cada árvore genealógica de Baabdat. Ele se empenhou para produzir documentos que provassem os laços familiares e o grau de parentesco de cada membro.

Surgiu então a tecnologia moderna e a internet, dando a Toufic ferramentas para que sua tarefa se tornasse mais fácil, mais rápida e mais abrangente. Ao invés de publicar um livro, Toufic deu início a este website "Baabdat.com", que fornece um retrato honesto dos assuntos e das mais profundas questões das famílias de Baabdat.

Em busca desta missão, Toufic já recebeu e ainda está recebendo muitos descendentes de imigrantes de origem baabdatense, numa tentativa de apresentá-los a seus parentes em Baabdat, mostrando-lhes as características e a herança de sua cidade natal. Ele permanece, até este exato momento, em contato com um grande número de descendentes de imigrantes baabdatenses, através de visitas e diferentes meios de comunicação.

Seu Trabalho na Área de Construção

Em 1974 Toufic projetou e supervisionou o processo de construção de um novo cemitério para a Comunidade Latin em Baabdat. Em seus esforços para substituir o antigo cemitério, já em situação precária, Toufic formou um comitê que coletou doações de membros da própria comunidade Latin e de vários bons Samaritanos.

Toufic conseguiu facilitar a construção de novos bairros em Baabdat¸ principalmente os chamados Al Wadi e Shammis, dando início também à pavimentação de novos acessos para essas áreas, ligando-as assim à via principal. Além disso, ele ajudou na solução de muitos problemas relacionados a imóveis, em sua maioria envolvendo a primeira geração de emigrantes baabdatenses, o que facilitou o aumento de construções, garantindo o desenvolvimento e prosperidade de Baabdat.

Quanto à fonte Aaraar, que é uma fonte vital e que tem um lugar privilegiado no coração e na mente de todo baabdatense, Toufic colocou um esforço todo especial e superou muitos obstáculos para substituir um encanamento já velho por um novo, suprindo assim as casas com água fresca da fonte e preservando, portanto, aos proprietários os direitos herdados em virtude de uma lei aplicada já há muito tempo. A fonte funcionava novamente, bombeando vida por Baabdat. Em seguida ele ajudou a definir suas três nascentes, colocando um fim ao desperdício de suas águas. Atualmente ele planeja desenvolver um sistema de distribuição de água moderno que vá de encontro às exigências de um desenvolvimento futuro.

Em 1984, a pedido do Padre Athanasius Sawaya, de Baabdat, da Igreja São Miguel (Saint Michael Church) dos Católicos Gregos, Toufic doou o lote número 871, localizado na Praça de Baabdat, para a construção de um santuário dedicado a São Elias. O santuário foi construído graças aos esforços do padre acima mencionado, mas após o seu falecimento, Toufic o doou à Igreja São Elias, parte da congregação Maronita de Baabdat, em 19 de junho de 2001. O santuário pertence à congregação até o dia de hoje.

Na área da construção privada, Toufic construiu um centro médico policlínico em 1994, que é atualmente dirigido por Ramez, filho de Toufic.

Após conversas sobre o estabelecimento de uma nova Igreja Maronita que estaria à altura do nível de modernidade em Baabdat, e dado o fato de que a localização do lugar inicialmente designado para a construção de tal igreja não ser apropriado em termos de área e estacionamentos disponíveis, Toufic mais uma vez respondeu ao chamado de Baabdat e enviou uma carta ao Bispo Maronita de Beirute Boulos Matar em 15/07/2009, um ano anterior ao início dos trabalhos de construção. Toufic ofereceu por meio dessa carta a doação do lote 3941, com 1700 metros quadrados, para a construção da nova igreja. Esse terreno era para ser mais espaçoso e mais próximo do cemitério Maronita.

Mas infelizmente, ele não obteve resposta ao seu gesto, nem mesmo um "obrigado"...!

Suas Atividades Sócio-Humanitárias

Após o início da guerra civil libanesa em 1975, muitas pessoas desabrigadas, que fugiam de aldeias, tais como Damour, Hasbaya, Salima, etc, refugiaram-se em Baabdat. Reagindo a essa necessidade humanitária urgente, Toufic fundou o Comitê Social de Baabdat em parceria com várias mulheres voluntárias. Esse comitê forneceria ajuda aos desabrigados de diferentes formas. Assim ele embarcou em sua jornada humanitária, seguindo as palavras de Jesus Cristo: "Pois eu tinha fome e você me deu o que comer, eu tinha sede e você me deu o que beber, eu era um estranho e você me acolheu, eu estava nu e você me deu o que vestir..."

A eterna preocupação de Toufic pelo povo de Baabdat, juntamente com seu amor e devoção por sua cidade, o levou a realizar muitas outras conquistas que provaram ser benéficas para muitos residentes, assim como para não-residentes. Ele fundou o Centro Social de Baabdat para atender aos necessitados, em parceria com Cáritas Líbano e com a Autoridade de Planejamento e Desenvolvimento Maronita para a distribuição de alimentos e outros tipos de auxílio, de uma maneira mais eficaz e organizada, com base na igualdade.

Nessa mesma estrutura e diante da falta de serviços públicos após a guerra civil, Toufic desafiou as dificuldades e os perigos e empenhou-se em contactar autoridades e ativistas de modo a garantir a continuidade das questões relativas ao povo baabdatense, mesmo sendo num nível meramente aceitável. Toufic disponibilizou muitos serviços, tais como moradias temporárias para os desabrigados da guerra, a reativação de uma padaria, e o suprimento de alimentos básicos que estavam em falta. Seus esforços persistentes ajudaram a estabelecer mais de 50 linhas telefônicas, ligando a Central Telefônica de Broumana à Central Telefônica de Baabdat, e ele forneceu, a  um gerador elétrico à Central baabdatense. Com isso ele aliviou os impactos da crise existente nas telecomunicações devido ao fato de prevalecerem as questões humanitárias e as condições dos serviços públicos durante aquele período difícil.

Toufic continuou suas atividades humanitárias e em 1976 ele alugou um local e lá fundou o Ambulatório Social de Baabdat, o qual ele manteve por 24 anos. Esse ambulatório fornecia a todos, sem discriminação alguma, serviços médicos em várias especialidades, oferecidos por médicos voluntários, tais como clínico geral, dentista, consultas e pequenas cirurgias. Além disso, distribuía leite e medicamentos às crianças, material oferecido pelas empresas ou até mesmo comprados... Vale a pena mencionar que esse ambulatório era o único do tipo em toda a região naquela época, tendo contribuído muito na cura de feridos em Baabdat e redondezas durante a guerra civil. Esse ambulatório também organizava oficinas de primeiros socorros e treinamentos de defesa civil ministrados por profissionais, além de fornecer ambulâncias para transportar os feridos e os pacientes.

A fim de garantir a estabilidade do trabalho feito no ambulatório e a continuidade dos serviços sociais fornecidos, Toufic conseguiu convencer, apesar de todos os obstáculos, a Ordem do Coração Sagrado de Jesus e Maria, em virtude de uma carta enviada em 16/12/1977, a estabelecer uma base em Baabdat. Em 11 de janeiro de 1978 ele alugou a casa do Brigadeiro Ghattas Naoum Labaki e doou uma quantia do seu próprio dinheiro para a construção de uma pequena capela que recebeu o nome do santo libanês Charbel Makhlouf, a ser filiada à casa mencionada. As freiras usaram as instalações para o ensino de trabalhos de artesanato, mas daí, ao ser vendida, a casa foi transformada em um edifício de maior porte, que abrigava um orfanato.

Suas Atividades Diversas

Uma vez que a experiência que Toufic adquiriu ao estabelecer as raízes de famílias baabdatenses no exterior não teve paralelo, ele quis expandir seus conhecimentos a fim de incluir famílias baabdatenses que deixaram Baabdat para eleger outras cidades do Líbano como domicílio. Ele se encontrou com famílias que haviam deixado a cidade desde 1860, após confrontos lamentáveis entre Cristãos e Druzos que, de uma maneira ou de outra, afetaram Baabdat. Esses conflitos são anteriores à existência da família Labaki nas aldeias de Qosaya e Deir El Ghazal, na província de Bekaa, em Sid El-Bauchrieh e Sabtiyyeh no Maten, e em Marjayoun, no sul. A família baabdatense, uma família originariamente conhecida como Obeid, existia em Zahle e Ablah na região de Bekaa. A família Lahoud, originariamente conhecida como Labaki, existe em muitas aldeias no litoral de Metn e em Beirute.

Em 2009, na cidade de Anfeh em Batroun, Toufic encontrou-se com descendentes da família Labaki conhecidos também como família Khabbaz. Alguns membros emigraram para o Brasil e são atualmente conhecidos como família Capez.

Ele ainda continua desenvolvendo sua pesquisa com o intuito de encontrar membros e ramificações de famílias baabdatenses que estejam incompletas e cuja localização seja ainda desconhecida, numa tentativa de completar as Árvores Genealógicas Baabdatenses o máximo possível e publicá-las neste website.

A fim de garantir a integridade da documentação e conclusão do seu trabalho e pesquisa, Toufic não hesitou em recorrer a tecnologias médicas modernas para demonstrar e comprovar algumas informações históricas e atingir resultados tangíveis e confiáveis. Ele utilizou testes de DNA para revelar as origens de uma família baabdatense conhecida como uma ramificação da família El Khoury Abdallah.

Hanna Naamtallah El Melki citou em seu livro "A História de Baabdat e suas Famílias", publicado em 1957, que ele tinha provas de que esta ramificação era originária da região síria de Houran e não possuía vínculos com a família Labaki, mesmo sabendo que todos os seus membros possuíam Labaki como sobrenome!

Portanto, Toufic insistiu em fazer testes de DNA em Ramez Toufic Labaki, pertencente à ramificação Fares e em George Tannous Nissan Labaki, pertencente à ramificação El Khoury Abdallah. Os resultados científicos dos testes realizados nos laboratórios da Universidade Saint Joseph em Beirute, em 15 de setembro de 2009, foram 100% compatíveis, o que demonstra que a ramificação El Khoury Abdallah está no centro da família Labaki e não é originária de Houran, na Síria!!! E assim o mistério desta questão, que durou décadas, foi solucionado.

Conheci meu querido amigo Toufic Labaki em Buenos Aires, capital da Argentina, há mais de quarenta anos. Uma amizade profunda nasceu entre nós; é uma amizade da qual eu me orgulho e prezo. Tenho acompanhado de perto seus vários interesses e esforços visando estabelecer vínculos entre os imigrantes baabdatenses na Argentina e os residentes de Baabdat. Apesar das dificuldades e do alto custo dessa missão, Toufic já conseguiu, em muitos casos, unir imigrantes e seus familiares em várias cidades.

Eu estive em uma reunião onde ele explicou detalhadamente seus objetivos e reforçou-os com fotos, mapas e árvores genealógicas que datavam de centenas de anos. Ele descreveu aos que lá estavam as razões por trás da emigração de seus antepassados, sob um opressivo domínio turco que impunha fome, tortura, tirania, mortes e perseguições ao povo, fazendo com que não houvesse outra escolha senão abandonar suas famílias e optar por emigrar. Ele enfatizou os perigos e as privações que enfrentaram nos navios, especialmente ao chegar a seus destinos.

A reunião atingiu o ponto culminante quando Toufic ofereceu a cada pessoa ali presente um pequeno saco plástico contendo uma amostra do solo de Baabdat, a aldeia de seus antepassados. Ele pediu que fizessem um momento de silêncio em honra às almas de seus antepassados e expressou a intenção de colocar, enfim, as amostras de terra em suas sepulturas, nas sepulturas daqueles antepassados heróicos que deixaram Baabdat na esperança de um dia retornar a seus braços e poder beijar seu solo. As circunstâncias difíceis, no entanto, tinham outros planos para eles... e, ao colocar a terra em suas sepulturas, o solo de Baabdat teria atravessado toda essa distância e finalmente os encontrado, mesmo após décadas. Foi um mero gesto para provar, mais uma vez, que um sentimento de nostalgia permanece fiel em todos os lares. Nesse momento da reunião as lágrimas e as emoções falaram mais do que um milhão de palavras jamais poderia, e os abraços pareciam não ter fim, fazendo ressurgir os laços entre os Baabdatenses e os irmãos e irmãs expatriados...

Posso sem dúvida alguma afirmar, através de minha longa experiência, que a emigração libanesa jamais testemunhou, desde seu início no meio do século XIX até agora, uma pessoa que tenha se empenhado em semelhante missão, tanto científica quanto emocional, a fim de reunir residentes libaneses e imigrantes! É com certeza um precedente a ser acrescentado à infinita lista de trabalhos e realizações do meu amigo Toufic. Sua atitude ativa nessa área foi muito além dos emigrantes de Baabdat e estendeu-se à emigração libanesa em sua totalidade. Graças aos seus contatos com pessoas influentes, incluindo políticos, juízes e pessoas ativas de origem baabdatense, ele lançou a idéia de que houvesse uma rua com o nome de "República do Líbano" em cada cidade argentina. Essa idéia foi muito bem recebida, e começou com a primeira rua "República do Líbano" na cidade de Rio Gallegos, capital da província Santa Cruz, no sul, em 05/12/2011. Muitas tentativas e esforços estão sendo feitos por pessoas que estão empenhadas, lutando para que essa idéia seja implantada de cidade em cidade.

Toufic abordou a questão da emigração em Baabdat de uma perspectiva abrangente, enviando mensagens afetuosas aos descendentes de Baabdat através de delegações diplomáticas, clubes, entidades sociais e igrejas nos países estrangeiros, ou também via e-mail, correio e telefonemas.

Toufic já havia compartilhado anteriormente comigo o seu desejo de publicar um livro documentado sobre a história da emigração de Baabdat, mas graças à tecnologia moderna, ele lançou um website, baabdat.com, que acabou sendo mais eficaz em termos de rapidez e facilidade de comunicação e atualização.

Esse amor por Baabdat passou de pai para filho, de Toufic para Ramez. Eles se completaram de tal forma que a idéia do pai pode ser trazida para a modernidade pela visão do filho, que é responsável pela coordenação, planejamento e programação do website, para que se estendesse por todo o mundo com uma aparência tão bela que fosse merecedora de Baabdat e de suas famílias, tanto no Líbano quanto no exterior.

Se vocês me perguntassem sobre os motivos e razões que fizeram com que esses dois ilustres pioneiros, tão determinados,, embarcassem em tão longa jornada, eu diria simples e espontaneamente que foi tudo feito por amor e devoção aos nossos irmãos e irmãs de Baabdat, sejam eles residentes ou expatriados, e pelo nosso amado Líbano.

Meu querido irmão e amigo Toufic,

Eu tenho orgulho de ser parte da sua vida e poder testemunhar sua integridade e dedicação à Baabdat e ao Líbano, e rezo para que Deus o abençoe e lhe dê força para seguir em frente com o seu trabalho e suas contribuições, e que você conquiste cada vez mais... pois você está entre aqueles que acenderam uma vela, enquanto outros amaldiçoam a escuridão...

Padre Boulos Antonios Nassif

Quarenta anos a serviço da Missão Maronita em Buenos Aires, capital da Argentina.

Janeiro 2012